23.11.11

Passagem das horas II



Porto calmo de abrigo
De um futuro maior

Inda não está perdido
No presente temor


Não faz muito sentido
Já não esperar o melhor


Vem da névoa saindo
A promessa anterior



Quando avistei
Ao longe o mar
Ali fiquei
Parada a olhar

Sim, eu canto a vontade
Canto o teu despertar


E abraçando a saudade
Canto o tempo a passar


Quando avistei
Ao longe o mar
Ali fiquei
Parada a olhar

Quando avistei
Ao longe o mar



Sem querer deixei-me
Ali ficar

Ao longe o mar: madredeus

Os dias são à noite




Vou dizendo
Certas coisas
Vou sabendo
Certas outras
São verdades
são procuras
Amizades
Aventuras
Quem alcança
Mora longe
Da mudança
Do seu nome
Alegria
Vão tristeza
Fantasia
Incerteza
São verdades
São procuras
Amizades
Aventuras
Quem avança
Guarda o amor
Guarda a esperança
Sem favor
Ainda
Ainda
Ainda
Ainda


Ainda: madredeus

Imitação da vida



Soergo meu passado e meu futuro
E digo à boca do Tempo que os devore.
E degustando o êxito do Agora
A cada instante me vejo renascendo

E no teu rosto. Túlio, faz-se um Tempo

Imperecível, justo
Igual à hora primeira, nova, hora-menina
Quando se morde o fruto. Faz-se o Presente.
Translúcida me vejo na tua vida
Sem olhar para trás nem para frente:
Indescritível, recortada, fixa.


Do amor XXXV: hilda hilst

8.11.11

Momento presente


O sal das minhas lágrimas de amor

Criou o mar que existe entre nós dois

Para nos unir e separar

Pudesse eu te dizer

A dor que dói dentro de mim

Que mói meu coração nesta paixão

Que não tem fim

Ausência tão cruel

Saudade tão fatal

Saudades do Brasil em Portugal

Meu bem, sempre que ouvires um lamento

Crescer desolador na voz do vento

Sou eu em solidão pensando em ti

Chorando todo o tempo que perdi


saudades do brasil em portugal: vinícius de moraes